quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O Maverick e as exportações

5 anos após seu lançamento, o Maverick já estava sendo produzido em 5 países das Américas. Isso contribuiu para que ele se espalhasse rapidamente por vários outros países, incluindo os da Europa.
No Brasil foram produzidas 108.237 unidades e muitas pessoas acham estranho e se perguntam onde foram parar todos esses carros visto que atualmente nos registros do DENATRAN constam aproximadamente 17.500 Maverick em situação regular no país.

O que mais se escuta quando esse assunto surge é: “Ah, naquela época ninguém queria Maverick, era barato”; “Ah, eles acabaram porque gastava muito e não tinham valor.” Dizendo assim, passam a ideia de que o Maverick era uma coisa terrível, um monte de porcaria.
Dificilmente vamos ouvir algo que não seja pejorativo sobre a história do Maverick... Mas é por isso que estamos aqui, para resgatar a gloriosa história do Maverick e contá-la como você nunca viu!


São vários os motivos que fizeram o número de Maverick no Brasil diminuir. Vamos falar do mais esquecido deles: As Exportações.






CHILE


Em 1975, 44 Maverick foram para o Chile trabalhar no serviço de táxi:


Diário da Manhã 16.9.75 


Jornal do Brasil 10.9.75


Eles foram rodando!




GUATEMALA



Em 1978, 10 Maverick foram para a Guatemala: 


A Tribuna 31.8.78

A Tribuna 28.9.78

Diário da Manhã 22 e 23.10.78


Dessa vez tiveram que ir de navio.
Eram sedans V8 que seriam utilizados pela Direção Geral de Polícia da Guatemala.

O caso da Guatemala é interessante pois o Brasil não era o país mais próximo que produzia Maverick, tinha o México e a Venezuela ali por perto, porém, a partir de 1978, somente o Brasil fabricava Maverick. Os Guatemaltecos poderiam escolher um veículo de aquisição mais simples, mas preferiram buscar o Maverick mesmo há mais de 6 mil quilômetros de distância.


Esses são casos que encontrei de exportações no período em que o Maverick ainda era fabricado. Assim como vimos que em 1970 alguns Maverick haviam sido importados para o Brasil, temos também o conhecimento que muitos deles foram embora. 

Atualmente, encontramos quase 100 Maverick em 32 países, não contando é claro onde ele foi produzido e também nos países mais próximos a eles. Nessa conta não entra os Maverick que existem na Argentina, na Bolívia, Uruguai, Paraguai, Colômbia... E por mais que esses carros possam ter vindo dos outros países que produziram o Maverick, as chances de terem sido feitos no Brasil são muito maiores.

É claro que Chile e Guatemala não são todos os casos de exportações, são apenas os que eu encontrei. É evidente também que os Maverick espalhados pelas Américas não são os Maverick brasileiros que “sumiram”. 
Com o que vimos, não podemos ignorar o fato de que as exportações contribuíram para que o Brasil não ficasse com todos os Maverick produzidos aqui.

Há sim também os carros que foram destruídos em diversas situações e obviamente hoje não fazem parte da frota nacional. Vimos aqui no Blog casos de acidentes (que continuam acontecendo), casos policiais, casos de destruição em corridas e em outros eventos automobilísticos, sabemos sim de casos onde Maverick eram abandonados virando sucata, entre outros.

O contexto histórico é mais do que importante para avaliar esses acontecimentos. Durante os anos 70, o mundo passava por forte crise do petróleo. As montadoras mudavam seu objetivo para carros menores e com menor consumo de combustível. A década de 80 no Brasil é chamada de década perdida, pois atravessou grandes mudanças no sistema de governo, economia e desenvolvimento, causando inflação e ainda mais desigualdade social. 
A vida não era fácil e se livrar de qualquer coisa que aumentasse ainda mais seu custo de vida, era sem dúvidas uma excelente ideia. 
Então, quando ouvimos as pessoas dizerem que ninguém queria Maverick, é justamente pelo contexto. Eles não conseguiriam manter nenhum carro que gastasse mais do que o mínimo. Vários carros e modelos com motores grandes passaram por isso, mas não significava que eles eram ruins.

Estamos em 2022 e praticamente vivemos a mesma situação. É ou não é?

Também não há um número padrão de quantas unidades ainda deveriam existir de um carro com 40 anos, por exemplo. Cada caso tem as suas circunstancias. 
Nós que gostamos de Maverick, que acabamos deixando outros objetivos de lado para poder ter esse carro... nós que pagamos caro em peças e serviços, muitas vezes injustamente, para deixá-lo em ordem, nós que fazemos contas e quebramos cofrinhos para dar aquele passeio revigorante com o Maverickão... Somos nós que temos a missão de preservar essa história, passar a diante e aproveitar ao máximo os nossos carros. 

Bom, importações e exportações são muito interessantes. Devido a elas, tinha Maverick no Brasil em 1970, tinha Maverick no Uruguai em 1972, no Chile em 1975 e na Guatemala em 1978. 
Lembrando que no Uruguai e na Guatemala, o Maverick serviu à polícia.

Que coisa, um assunto foi puxando o outro e olha quanta coisa legal nós vimos aqui!

E é isso aí. Ainda há muito o que saber sobre o Maverick, mas até que já levantamos bastante coisa. 
Em breve tem mais. Ford abraço!


MAVERICK NA HISTÓRIA
A História do Maverick contada como você nunca viu! 

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Um comentário:

  1. final da década de 80 e inicio de 90, pessoal comprava dodge, maverick só para fazer rachas e destruíam as vezes num final de semana, primos do meu cunhado trocavam dodges por mobilete e fogão a gás, etc, já ouvi várias historias assim do pessoal da epoca, em desmanches, ferro velhos muitos desses carros eram picotados com machado para serem vendidos como sucata.

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