É assim que as pesquisas acontecem. Nem sempre tudo está
disponível no mesmo lugar e data, então vamos juntando um pouco aqui, depois de
um tempo aparece mais alguma coisa alí... e no final tudo se encaixa. Essa
pesquisa aqui nós devemos ao Felipe. Muito obrigado meu amigo.
Bom, sabemos que o motor BOSS 302 é famoso, mas o que realmente tinha de interessante nele?
Vamos ver o que o livro é o Kar-Kraft: Race Cars, Prototypes and Muscle Cars of Ford's Special Vehicle Activity Program nos conta:
“Isso aconteceu por volta de julho de 1969.
O Maverick Boss 302 foi um experimento de engenharia, não
um protótipo de produção. Este projeto consistia em explorar os resultados da
substituição do Mustang Boss 302 e do novo Mustang Boss 351 pelo Maverick Boss
302. O Maverick é menor e mais leve que o Mustang de 1970 e 1971 que estava por
vir.”
O livro ainda fala sobre o Maveick Boss 302:
- O Maverick Boss 302 teria sido uma máquina muito sinistra se tivesse entrado em produção.
- O Maverick foi testado em túnel de vento pois estava sob consideração de se tonar um carro de corrida.
- A Kar Kraft projetou peças de desempenho para a linha Ford, mas não comercializou diretamente. Elas eram vendidas pela rede de concessionários Ford. A respeito disso, uma carta deste departamento datada em 4 de maio de 1970 dizia também: “A investigação também deve incluir a aplicação ao Maverick 1971 sempre que possível, já que esse veículo pode ser homologado para Trans-Am 1971”. O Maverick poderia ter sido um concorrente sério na Trans-Am porque seu chassi era muito semelhante ao do Mustang e era significativamente mais leve.
Imagine as possibilidades!
O que nós observamos lendo tudo o que o Maverick passou naquele período, indica que ele era realmente destemido, de personalidade e pronto para fazer o seu próprio destino. Foi criado para ser um carro simples e competir com os europeus e japoneses, mas saiu-se bem nas arrancadas, vendeu uma quantidade absurda, foi fabricado em mais outros 3 países... demonstrou ter potencial para assumir a posição do Mustang nas ruas e nas pistas, pois enquanto o irmão mais velho crescia em tamanho e subia em status, o Maverick ganhava mais espaço e liberdade para ousar. Foi nesse contexto que no final de 1970, o V8 302 chegou no Maverick, tornando um carro que já não tinha mais um mercado fixo. Ele de fato poderia atender as mesmas necessidades que o Mustang atendia. Mas nenhuma montadora precisa de 2 carros iguais e por mais que houvesse todo esse potencial, o Maverick ficou “limitado” a ser o carro compacto, entre Pinto e Mustang.
Pensando assim, fica mais fácil entender porque no Brasil o Maverick é mais aclamado que em outros países. Aqui ele chegou para ser o esportivo, o topo da cadeia alimentar na Ford. Ele não ficou limitado a nada e entregou tudo o que poderia. É o mesmo carro, mas aqui ele fez muito mais que nos outros países.
Hoje em dia, já colocaram motor de Supra, de Ferrari, V8
460, Coyote, o V10 do Viper... mas o que dá orgulho de saber é que desde sempre
o Maverick foi capaz de receber todo tipo de motor e não só pelo espaço do
cofre, mas também por toda a sua forte estrutura.
O Maverick tem história de verdade e de peso, é um carro de respeito.
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