quarta-feira, 22 de maio de 2024

Ford Maverick BOSS 302 Kar-Kraft

Em 2021 publicamos aqui sobre o Maverick Boss 429 feito de forma experimental pela Kar-Kraft. Na ocasião já tínhamos conhecimento que o mesmo livro que contava essa história, também falava do Maverick Boss 302.
De lá pra cá, eu tenho procurado esse livro para saber o que ele fala exatamente sobre o Boss 302. Até cheguei bem perto, mas não tinha certeza se era tudo o que estava no livro apenas parte do assunto.
Em março deste ano recebi a iluminação vinda do Felipe Viana, um jovem de idade, mas muito maduro e racional na forma de pensar e agir. O Felipe tinha o livro e compartilhou comigo, fazendo a minha felicidade ir de 0 a 100 em 3,7 segundos kkkkk

É assim que as pesquisas acontecem. Nem sempre tudo está disponível no mesmo lugar e data, então vamos juntando um pouco aqui, depois de um tempo aparece mais alguma coisa alí... e no final tudo se encaixa. Essa pesquisa aqui nós devemos ao Felipe. Muito obrigado meu amigo.

 


 

Bom, sabemos que o motor BOSS 302 é famoso, mas o que realmente tinha de interessante nele?

Em 1968 a Ford havia preparado o motor 302 Tunnel Port para as corridas da Trans-Am, mas o resultado não foi como esperado e para resolver isso, em 1969 chegou o Chefão para por ordem na casa. Assim nasceu o Mustang Boss 302 com intenção de entrar nas corridas e derrotar o Camaro e foi isso que aconteceu em 1970.
O Boss 302 era feito sob o regulamento da Trans-Am, com um bloco melhorado, cabeçotes diferentes e alimentação muito maior.

 


 E o Maverick?

Vamos ver o que o livro é o Kar-Kraft: Race Cars, Prototypes and Muscle Cars of Ford's Special Vehicle Activity Program nos conta:

 

“Isso aconteceu por volta de julho de 1969.

O Maverick Boss 302 foi um experimento de engenharia, não um protótipo de produção. Este projeto consistia em explorar os resultados da substituição do Mustang Boss 302 e do novo Mustang Boss 351 pelo Maverick Boss 302. O Maverick é menor e mais leve que o Mustang de 1970 e 1971 que estava por vir.”

 


Veja, a carroceria do Mustang ia mudar, deixando-o maior e mais pesado. A criação do Maverick Boss 302 tornaria a competitividade da Ford ainda melhor do que seria com o Mustang.
O futuro do Mustang aparentemente estava calçado com o novo motor 351. O Boss 302 poderia ter uma vida extra com o Maverick. 

 

“Mesmo o Maverick compartilhando o compartimento do motor, chassis e suspensão do Mustang, o motor Boss 302 não seria um projeto de tirar e colocar, mas as modificações no chassis e da direção seriam simples. A construção seria fácil e econômica e manteria o motor Boss 302 vivo.
A construção e montagem do Maverick Boss 302 seria na sua própria linha de montagem na Ford, pois necessitaria de algumas peças e poucos processos de montagens especiais eram necessários.
Os testes mostraram que o Maverick Boss 302 superou o Mustang Boss 302. Infelizmente para os entusiastas do desempenho, os cortes orçamentais impediram que o carro fosse algo a mais do que uma ideia.



A Kar-Kraft estudou duas versões para o Maverick com o motor 302. Essa relação entre os motores não estava clara. Havia também duas opções de produção, uma com o Boss 302 instalado na linha de montagem e outra com o pacote de desempenho vendido separadamente para ser instalado em um carro já produzido. ”
Eles compararam o desempenho do Maverick Boss 302 com o Mustang Boss 302 e o Maverick foi melhor!
Nós podemos ter uma ideia do monstro que o Maverick se tornou por lembrar de quando o Maverick Quadrijet apareceu aqui no Brasil. Com 257 cavalos, melhorava muito o desempenho original. O BOSS 302 entregava 290 cavalos... Um absurdo!

  




O livro ainda fala sobre o Maveick Boss 302:

 

  • O Maverick Boss 302 teria sido uma máquina muito sinistra se tivesse entrado em produção.
  • O Maverick foi testado em túnel de vento pois estava sob consideração de se tonar um carro de corrida.
  • A Kar Kraft projetou peças de desempenho para a linha Ford, mas não comercializou diretamente. Elas eram vendidas pela rede de concessionários Ford. A respeito disso, uma carta deste departamento datada em 4 de maio de 1970 dizia também: “A investigação também deve incluir a aplicação ao Maverick 1971 sempre que possível, já que esse veículo pode ser homologado para Trans-Am 1971”. O Maverick poderia ter sido um concorrente sério na Trans-Am porque seu chassi era muito semelhante ao do Mustang e era significativamente mais leve.

 


Imagine as possibilidades!

O Maverick participava da IMSA, mas se entrasse na Trans-Am em 1971, seria o campeão com certeza.
Teria competido com o Mustang ou entraria sozinho pela Ford? É incrível imaginar essa situação...
Infelizmente, em 1971 as três grandes montadoras abandonaram as corridas e junto com outros fatores, o Maverick Boss 302 ficou apenas como um teste.

O que nós observamos lendo tudo o que o Maverick passou naquele período, indica que ele era realmente destemido, de personalidade e pronto para fazer o seu próprio destino. Foi criado para ser um carro simples e competir com os europeus e japoneses, mas saiu-se bem nas arrancadas, vendeu uma quantidade absurda, foi fabricado em mais outros 3 países... demonstrou ter potencial para assumir a posição do Mustang nas ruas e nas pistas, pois enquanto o irmão mais velho crescia em tamanho e subia em status, o Maverick ganhava mais espaço e liberdade para ousar. Foi nesse contexto que no final de 1970, o V8 302 chegou no Maverick, tornando um carro que já não tinha mais um mercado fixo. Ele de fato poderia atender as mesmas necessidades que o Mustang atendia. Mas nenhuma montadora precisa de 2 carros iguais e por mais que houvesse todo esse potencial, o Maverick ficou “limitado” a ser o carro compacto, entre Pinto e Mustang.

Pensando assim, fica mais fácil entender porque no Brasil o Maverick é mais aclamado que em outros países. Aqui ele chegou para ser o esportivo, o topo da cadeia alimentar na Ford. Ele não ficou limitado a nada e entregou tudo o que poderia. É o mesmo carro, mas aqui ele fez muito mais que nos outros países. 

Hoje em dia, já colocaram motor de Supra, de Ferrari, V8 460, Coyote, o V10 do Viper... mas o que dá orgulho de saber é que desde sempre o Maverick foi capaz de receber todo tipo de motor e não só pelo espaço do cofre, mas também por toda a sua forte estrutura.

O Maverick tem história de verdade e de peso, é um carro de respeito.





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