terça-feira, 26 de julho de 2022

1979 – O Fim da Produção do Maverick

Chegamos à 1979, o ano que ficou marcado por ser o último da produção do Maverick não só no Brasil, mas também no mundo.

As vendas que estavam com bons números durante 1973, 1974, 1975 e 1976, tiveram queda considerável em 1977 e 1978. Vimos nas últimas pesquisas alguns dos motivos que justificam essa má fase das vendas e agora veremos o que e como tudo aconteceu em 1979.





Jornal de Caxias 3.2.79


Início de fevereiro e essa notícia é atirada em nossa cara.
Curta, mas suficientemente profunda para atingir nosso coração.
O jornal diz que a partir de ABRIL ou AGOSTO, o Maverick deixaria de ser produzido e que em 2 anos, a Ford lançaria um carro pequeno. (O mesmo carro pequeno que já falavam em 1978).



Jornal de Caxias 31.3.79

31 de MARÇO, o jornal diz que a Ford está cancelando a linha Maverick. É o mesmo jornal da notícia anterior e as informações se mantém coerentes.



O Globo 26.4.79

Esse jornal mostra como era importante que houvesse aumento no preço dos veículos. O custo para fabricação tinha aumentado bastante e a margem de lucro só diminuía. A Ford continuaria se apoiando nas vendas do Corcel II e trabalha para aumentar a capacidade de produção para atender a demanda do mercado.



A Tribuna 26.4.79


26 de ABRIL:

“Revendedores da marca Ford confirmam que os automóveis Maverick já não estão sendo mais produzidos. Segundo eles, esse modelo passará por completas transformações de estilo e mecânica, devendo ser relançado no mercado no final desde ano ou início de 1981”

Essa é a confirmação da primeira notícia que vimos aqui. Em abril o Maverick parou de ser fabricado.
Seria essa data (26/4) a mais próxima, a mais atual do real fim de produção?



Folha de S. Paulo 3.5.79

O aumento dos preços veio, mas para o Maverick já era tarde.




Folha de S. Paulo 16.5.79


Balanço de janeiro a abril

Ao dizer que o Maverick tinha vendido 197 unidades em abril, o jornal conclui que esse número significa que ele está se despedindo do mercado brasileiro.

Juninho, mas pera aí, se acabou a produção, porque ainda tem preço de Maverick novo? E como assim “está se despedindo do mercado brasileiro? ”

Bom, até agora temos 3 notícias de 2 jornais dizendo que a produção acabaria/acabou em abril e temos 1 jornal dizendo que o Maverick estava se despedindo.
Levando apenas isso em consideração, acredito que realmente a produção tinha chegado ao fim em abril. Acredito que ainda tinha carro para vender e eles necessitavam ter preços e essa venda dos últimos em estoque, seria uma forma de despedida.
Entendo que dá para ver como mais de uma despedida, mais de um fim; a despedida/fim da produção e a despedida/fim das vendas.

Vamos continuar com mais notícias.



Folha de S. Paulo 9.5.79


A Ford estava há 60 anos no Brasil e continuaria por muito mais tempo, mesmo sem o Maverick.

É um tanto frio e duro pensar assim, mas é a realidade. O Maverick foi um produto muito útil, mas agora sua hora chegou. 



O Globo 11.5.79


Mais uma baixa na Ford.

Em 1978 saiu o Lee Iacocca da matriz e o Joseph O’Neill do Brasil e agora o próprio Henry Ford II anuncia que em outubro deixara as funções executivas na empresa.

São muitas mudanças em pontos estratégicos num período de tempo bem curto....



Jornal do Brasil 21.5.79


O Maverick é o carro brasileiro número 21 a deixar de ser fabricado.

...”deixa a linha de produção normal... e que começa agora a ser produzido sob encomenda”.

...”A principal razão apontada, em pesquisa, para a queda de suas vendas, está no fato de que ele é um carro que as mulheres não gostam, um veículo que não caiu no gosto feminino”.

Vemos então que a produção tinha acabado, mas ele poderia ser feito sob encomenda. A culpa era das mulheres. Ah como eu queria ter acesso às essas pesquisas....

O diretor comercial da VW não considera viável a produção sob encomenda, pois é muito onerosa.

Para o Newton Chiaparini, diretor da Ford, “a retirada de um veículo da linha de produção é um fato que tem que ser encarado normalmente. Na verdade, no mês de março, já sob o regime de encomendas dos revendedores, o Maverick apresentou 138 vendas e nos 20 primeiros dias de abril, suas vendas atingiram 174 unidades, o que no seu entender, ainda tem mercado. ”

Ok, essa fala mostra que a encomenda do Maverick era feita pelos concessionários e que em março ela já estava vigente, ou seja, as encomendas não teriam início agora no final de maio.
Talvez, tanto a produção comum, quanto essa sob encomenda, acabaram mesmo em abril, como vimos nos outros 2 jornais.

 

De volta ao texto:

As pesquisas que constataram que o Maverick não caia no gosto das mulheres, duraram mais de 2 anos e fez parte da preparação para o lançamento do Corcel. O jornal até lembra da entrevista feita em 1978 com o O’Neill, onde ele dizia querer reformular a imagem do veículo junto ao público feminino.

É, realmente eu não consigo aceitar essa questão da culpa das mulheres...

Veja só, na pesquisa da Clínica de 1975 é dito que o Corcel II já tinha passado por uma Clínica em 1974. Se as pesquisas que “culparam” as mulheres tiveram início junto com a preparação para o lançamento do Corcel em 1974 e duraram mais de 2 anos, podemos considerar que no mínimo em 1976 a Ford já sabia disso. Relembrando que as vendas de 73 a 76 permaneceram na média e o gosto das mulheres não influenciou nisso. Para 1977, o Maverick trazia novos bancos dianteiros, mais espaço no banco traseiro e outras melhorias que efetivamente mudariam o conceito das mulheres, homens e crianças, mas foi a partir daí que as vendas caíram. Não consigo encaixar a “culpa” delas com o que de fato aconteceu referente a números de vendas e mudanças no Maverick.

Continuando a leitura...

O motor V8 nunca foi fabricado no Brasil. Todos eles eram importados e o programa que a Ford criou no Brasil com a fábrica de motores de Taubaté, possibilitou que o custo dos V8 ficasse dentro do aceitável, aproveitando-se do Befiex (para cada 3 dólares exportados, a empresa pode importar 1, sem impostos).

Pela primeira vez, vemos que o projeto de exportação de motores 4 cilindros estava diretamente amarrado à produção do Maverick, quanto mais 4 cilindros exportados, mais facilmente os V8 poderiam ser importados.
O preço dos combustíveis aumentou e a Ford instalou o 4 cilindros no Maverick, deixando o 6 cilindros como opcional, até ele sair de linha.

Newton Chiaparini disse:

“o Maverick surgiu da necessidade da Ford participar do segmento de mercado em que esta versão do veículo está destinada. Nossos estudos iniciais para chegar à escolha do Maverick, no início da década, demandaram estudos em conjunto com a Ford da Europa, e quase chegamos a lançar o Ford Granada no Brasil”. – “ Entretanto, chegamos à conclusão que o Ford Granada seria inviável, uma vez que o parque de autopeças ainda não estava preparado para atender na fabricação de alguns componentes sofisticados que esse tipo de veículo necessita. O mercado portando, não poderia absorver o Ford Granada. O Maverick surgiu como opção, e seu estilo, no nosso entender, poderia ser assimilado pelo mercado brasileiro”. “ O Maverick poderia atender perfeitamente ao consumidor nacional. Nos Estados Unidos, ele e o Mustang eram os carros mais vendidos na ocasião. ”

Pausa para analisar essa fala.

Pela primeira vez vemos o nome do Granada no contexto inicial do Maverick para o Brasil. Teria sido confundido com o Taunus? O Newton Chiaparini estava na Ford há um bom tempo. Em 1970 ele já era diretor e, sem dúvidas, ele acompanhou de perto o que aconteceu com o Maverick, mas sua fala é um tanto difícil de entender.

Aparentemente há uma sugestão de que o estilo, a aparência do Maverick, não atingiu os níveis de satisfação, mas por não conseguirem seguir com o “Granada”, que ao que indica era a melhor opção, passaram a acreditar que o mercado poderia assimilar o estilo e linhas do Maverick.

Se for isso, então temos um problema de concordância, pois além do fato que o documento da Clínica de 1971 não citar o Granada, o resultado mostra que o estilo do Maverick foi assimilado ali mesmo.

Perdão, estou me esforçando, mas não consigo entender esse discurso que a culpa do fim da produção é das mulheres e que o Maverick deixou de agradar na Clínica.

A Ford Brasil tem em estudos o lançamento de um novo veículo para a faixa de mercado do Maverick, que será uma novidade.

 

Tabela de vendas:

 

Ano

Vendas

1973

18970

1974

34770

1975

21159

1976

19982

1977

7434

1978

4757

1979

1011

 

Tabela de vendas até o dia 20 de abril. Total: 108.083 unidades.

Eu não entendo porque eles divulgaram os números apenas até o dia 20 de abril. Será que até a data do jornal, 21/05, mais nenhum Maverick tinha sido vendido?

 

Bom, mas por essa tabela, podemos ver que até 1976, o Maverick mantinha o ritmo de vendas, mesmo com o início das dificuldades com o petróleo em 1974. Em 1977 as vendas caíram muito e não voltaram mais aos números de antes. Foi nesse ano que a segunda onda da Crise do Petróleo chegou ao Brasil e mudou o mercado de automóveis por completo.

Pelo que vimos, a Ford talvez analisaria a tabela dessa forma: (CONTÉM SARCASMO)

Não tínhamos como fabricar o Granada (ou seja lá qual for o carro) no Brasil por causa da manufatura de algumas peças, então tivemos que ir com o Maverick. Foi sorte ter vendido bem em 1973 pois o estilo dele não era o mais desejável pelo público. Mais sorte ainda ter vendido mais em 1974 porque as mulheres não gostaram dele. Em 1975 vendeu bem porque as mulheres ainda não mandavam tanto em seus maridos. 1976 não sabemos explicar porque manteve o ritmo de vendas.... Agora sim em 1977 as mulheres mandam e não deixam mais seus maridos comprarem o Maverick. Fizemos muitas alterações no carro, mas sabíamos que não ia adiantar pois dependia apenas da decisão das mulheres. Em 1978 tivemos a comprovação do que vimos em 1977. Em 1979 resolvemos tirar o Maverick de linha.

 

Você entende?

O discurso da Ford sobre o Maverick estava muito distante do que acontecia no dia a dia.



Veja 2.1.80

Notícia veiculada em janeiro de 1980, mas sobre o contexto que estamos analisando agora (maio de 1979). A revista diz que o Maverick foi definitivamente tirado de linha em abril. Tem uma comparação de vendas do Galaxie, mas isso não indica nada, cada carro tinha o seu público e eles eram muito diferentes.

Ah, o Maverick não morreu em abril, ele só deixou de ser produzido.

 


O Estado de S. Paulo 22.5.79

O Estado de S. Paulo 22.5.79

Enquanto o Jornal do Brasil deu a entender que a produção do Maverick tinha sido encerrada, o Estado de S. Paulo diz que a Ford está desativando a linha de produção.

Esse jornal é importante, mas o fato de conhecermos a notícia dada no Jornal do Brasil no dia 21 de maio, muda totalmente o sentido da informação passada aqui.

Quando é dito que a linha de produção do Maverick está sendo desativada, é com base nos números de venda que foram caindo de janeiro a abril. Fica claro que esse é o entendimento do autor do texto, pois quando ele parte para “fontes da Ford” e para o Alencar Burti, a conversa muda.

Para mim, no primeiro parágrafo diz que a produção será por encomenda, enquanto que o restante do texto diz que a produção acabou em abril.

Voltando ao texto, lemos que a produção do Maverick deveria ser desativada em abril de 1980, mas a queda na demanda teria obrigado a uma revisão nos planos e motivado o adiantamento da medida já para abril deste ano.

Alencar Burti, membro do Conselho Nacional de Revendedores Ford, afirmou que o Maverick deixará de ser produzido porque o comprador assim exige. “Não é a fábrica que tira o carro do mercado. Quando a demanda baixa a tal nível não há porque insistir na produção que se torna antieconômica. Continua sendo o consumidor quem manda no produto”.

O proprietário do Maverick não precisa se desfazer do carro imediatamente porque a fábrica, por um prazo de 5 anos, a contar da data de desativação da linha, está obrigada a continuar produzindo peças e componentes.

Muito coerente.

O jornal usa a palavra “fracasso” para definir a linha Maverick no Brasil.
Fracasso significa falta de êxito, derrota. Dizer que uma coisa teve fracasso, não significa que a culpa do fracasso seja essa própria coisa. Como vimos, no caso do Maverick, a sua falta de êxito foi atribuída pela Ford, às mulheres e não a ele.

O jornal diz que o Maverick jamais conseguiu atingir os níveis pretendidos pela montadora, porém, não diz quais pretensões eram essas.

De fato, é uma coisa que procuro muito: Qual era a meta do Maverick no Brasil? Se ele não atingiu, faltou muito ou faltou pouco?

Nos EUA o Maverick tinha a meta de vender 400.000 unidades no primeiro ano, mas no Brasil isso nunca ficou claro. No final do primeiro ano do Maverick nos EUA, a situação foi avaliada e mesmo não atingindo o número total, o Maverick foi reconhecido como bem sucedido naquela missão. No Brasil não encontramos nada disso.

Pra mim, não houve fracasso dessa forma que dizem, não foi culpa das mulheres e, sim, era o mercado que não absorvia mais o Maverick. Simples assim. O Maverick nunca foi um carro ruim e durante sua produção, só recebeu melhorias.

A matéria continua dizendo que os concessionários lamentaram a desativação da linha Maverick. Nas transportadoras da região, funcionários informam que há cerca de 2 meses não conduzem mais nas carretas qualquer versão da linha. Diferentes concessionárias do ABC confirmam que não há novos pedidos até agora.

Tudo indica que a produção teve mesmo fim em abril de 1979.



Tribuna Impressa 23.5.79

A fábrica de motores continua a todo vapor!

Já são 750 mil motores 2.3 OHC produzidos.



Jornal do Brasil 24.5.79

Jornal do Brasil atualizando aquela notícia do 21 de maio, dizendo que a suspensão da fabricação do Maverick não vai privar o consumidor de uma nova opção no mercado. E segue contando a previsão de lançamento para o ano que vem.

É mais uma notícia que afirma a suspensão da produção do Maverick.


A Tribuna 2.6.79

A situação voltou a ficar complicada pois a venda de veículos novos e usados caíram aproximadamente 30%.

Principal Causa: restrições impostas pelo governo, particularmente a limitação dos financiamentos ao máximo de 12 meses, além dos múltiplos reajustes de preçoes impostos pelas fábricas.

Em agosto e setembro, as fábricas iniciarão os lançamentos de suas linhas 1980. O novo Maverick completamente reestilizado era aguardado.


Folha de S. Paulo 20.6.79

“O futuro lançamento do Corcel II de 4 portas, deverá ocupar a vaga deixada pelo Maverick”.

Não fica dúvidas de que o Maverick realmente não era mais fabricado.



Correio Braziliense 2.7.79

Robert Graham, presidente da Ford disse: “Foram suspensos os lançamentos de automóveis Ford no país. Ou seja, durante os próximos dois anos não surgirão os (...) Fiesta e o sucessor do Maverick. ”

Mais uma evidência de como o mercado era uma incógnita ou que a Ford não sabia o que fazer, pois eles já conheciam o que “deu errado” no Maverick e o que acertaram com o Corcel II, mesmo assim não lançariam nenhum carro novo, nem mesmo para cobrir o espaço deixado pelo Maverick.

Essa situação é muito parecida com a do lançamento do Maverick ainda em 1972: necessária, porém sem tempo, sem muita preparação e talvez sem condições de ser executada como deveria. Quando o Aero e o Itamaraty tiveram suas produções encerradas, demorou mais 2 anos para que o novo carro aparecesse. A história se repete.

Esse ano foi muito duro. Após o encerramento da produção do Maverick, nada mais que se fale é interessante para mim...



O Globo 14.7.79

Novos preços. A produção do Maverick foi encerrada, mas sabe-se lá quantos ainda estavam disponíveis para venda. A porcentagem de aumento dos Maverick foram as menores entre os outros carros.


Correio Braziliense 30.7.79


Olha que fora da realidade....

Totalmente fora do que era a tendência e o entendimento geral. 


Correio Braziliense 7.8.79

Veja o ponto de coerência, parcialidade ou cegueira que chegamos. Enquanto na notícia anterior é dito que o Opala 6 cilindros podia ser mais econômico que o 4 cilindros e que mesmo que haja diferença de consumo, ela seria compensada pela segurança nas ultrapassagens, a notícia atual é uma denúncia de um leitor do jornal sobre o uso de Maverick pelo governo. “ E os carros oficiais estão isentos de economizar gasolina”?

Situações como essa fazem a gente perder a fé em algumas coisas....




O Fluminense 7.8.79

Na pesquisa que fiz sobre 1978, surgiu a questão da faixa de mercado de cada carro da Ford. Pela primeira vez eu vejo escrito que o Corcel poderia ser situado mais acima, na faixa de mercado ocupada pelo Opala, que ficou sozinho na categoria dos chamados médio-grandes, depois que o Maverick saiu do circuito.

Pra mim não faz diferença se o Corcel vai mudar de faixa de mercado, interessa mesmo é a confirmação de que ele e o Maverick nunca pertenceram à mesma faixa. E por mais que o Maverick tenha perdido compradores para o Corcel II, não foi por falta de estratégia da Ford, pois eles foram preservados cada um em seu canto para não se tornarem concorrentes diretos.



Jornal de Caxias 18.8.79

Já estamos em agosto!

Mais uma vez lemos que a linha de produção do Maverick está desativada.




Folha de S. Paulo 1.9.79

Encontrei esse jornal por causa dos preços, mas decidi colocar aqui para registrar o que o Lee Iacocca foi um dos funcionários da Chrysler que concordou em reduzir o próprio salário para ajudar na recuperação financeira da montadora.

Legal né?

Correio Braziliense 10.9.79

O presidente da Ford do Brasil veio desmentir uma matéria da revista Business Week que dizia que a empresa fecharia ou teria seu controle passado para outro dono. A revista disse também que a situação da Ford era igual à da Chrysler do Brasil, perto de dificuldades econômicas bastante sérias.

O jornal diz que parece que a matriz da Ford não se interessa pelo segmento de carros pequenos. O investimento para construir um carro desse no Brasil é muito alto. Portanto, seria mais fácil que o próximo carro da Ford no Brasil fosse baseado em outro já existente, como o Corcel II.

As vendas da Ford iam bem e o Corcel II continuava aumentando seus indicies de venda.


Folha de S. Paulo 26.9.79

Os veículos modelo 1980 vem aí.

Para a época, uma inovação de estilo muito bonito e bastante aguardado.

O jornal diz que a Ford poderá, em médio prazo, lançar um novo carro com base na mecânica e plataforma do Maverick 4 portas. (Vamos falar mais disso numa próxima pesquisa).


O Estado de S. Paulo 27.9.79

O Corcel II e o Galaxie a álcool. Ótima evolução para a linha Ford, mas queremos saber do Maverick.

Aqui temos um ótimo exemplo da importância do “contexto”. Foi esse mesmo jornal, O Estado de S. Paulo, que noticiou que o Maverick estava sendo produzido em pequena escala e só sob encomenda. O jornal publicou isso em maio.
O que temos de novidade aqui, é a fala do presidente da Ford: “Temos planos para o Maverick, mas é prematuro falar disso. ” O restante do texto é exatamente o mesmo que vimos em maio.

Portanto, de acordo com o contexto desta notícia e de acordo com os outros jornais que disseram que a produção do Maverick já havia sido encerrada, eu entendo que esse trecho apresentado aqui foi apenas o reaproveitamento de uma notícia que já não era atual.


Folha de S. Paulo 28.9.79

Mais uma troca na presidência da Ford. Sai o Robert Graham para a entrada do Lindsay Halstead.

 

Correio Braziliense 21.10.79

Correio Braziliense 29.10.79

Olha só que interessante!

O jornal sugere que este Maverick seja guardado e dentro de algum tempo seja apresentado como peça de coleção. Diz que ele deixou de ser fabricado há 6 meses (10-6=4, abril).

É, venda casada não é permitido, pelo menos não atualmente, mas era uma oportunidade de atrair mais compradores.

Chego à conclusão que realmente demorou para todos os Maverick serem vendidos. Em outubro ainda tinha carro zero quilometro. E esse era um GT ainda heim... imagina.


O Globo 20.12.79

E essa era a visão que se tinha sobre os carros em dezembro de 1979.

“Todo mundo está atrás de carros da Volkswagen abaixo de 1974 ou deste ano, porque terá um carro por preços razoavelmente baixos e com fama de econômico”.

Fusca e Brasília – só de 1974 pra baixo;
Dart 1975 – 25 mil, preço que não paga nem os equipamentos existentes no carro;
Maverick – O preço caiu 50% devido ter saído de linha.
Galaxie – o preço caiu de 30% a 40%. Oferecem 40 mil, preço que não paga os itens instalados no carro.

Havia quem pensasse que isso era bom para que os donos desse tipo de carro fossem sempre um seleto grupo de pessoas.
Muito importante ler isso. Tudo o que aconteceu foi reflexo da Crise do Petróleo e atingiu em cheio o mercado de automóveis.

Bom, chegamos ao final de 1979, um ano triste para nós.

O Maverick deixou de ser fabricado em abril, quando pelo menos desde março já vinha sendo produzido sob encomenda, a presidência da Ford no Brasil mudou mais uma vez em setembro e Henry Ford II se afastou em outubro.
A Ford pensava no Maverick, mas só para 1980 / 1981, quando apareceria totalmente reestilizado para oferecer mais espaço interno e ostentar as tão faladas linhas modernas.
Em outubro ainda tinha Maverick zero quilometro para se comprar e não sabemos até quando isso durou.

Tendo a visão das notícias de 1979 e o que sabemos que aconteceu depois, por já estarmos em 2022, convém registrar aqui que não houve outra versão do Maverick, a Ford demorou muito mais para lançar o tal carro pequeno e que o Corcel II serviu como base para o futuro carro.

Infelizmente, a partir de 1980, os jornais não davam mais tantos detalhes como nos anos anteriores e principalmente por não estar mais em produção, o Maverick não teve destaque nos anos seguintes.

Não considero esse assunto encerrado. Vou fazer pelo menos mais 2 pesquisas para poder concluir o encerramento da produção do Maverick.

Veja só, há 43 anos não se fabrica mais este maravilhoso carro, mas graças aos seus fãs e admiradores, o Maverick permanece vivo e cheio de motivos para termos orgulho dele.

Que seja assim por muito mais tempo ainda!


Ford abraço!



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