Vamos ver e analisar como esse turbilhão de bruscas mudanças atingiram e tiveram efeito em nosso querido Maverick e em sua mãe, a Ford.
2.1.78 Jornal do Brasil |
Ele fala também que o prejuízo da
Ford em 1977 ficaria menor do que 300 milhões de cruzeiros. O motivo foi o
primeiro semestre de 1977 que foi o pior período da indústria montadora.
Que situação!
Toda aquela preocupação com a
economia que vimos em 1977, cai agora sobre a cabeça das montadoras. A Ford
enfrentava um situação complicada, mas tinha esperança no Corcel II e com um
nova linha de caminhão pesado.
Diário da Manhã 1 e 2.1.78 |
Como já tínhamos visto, a adoção dos pneus radiais melhorou e muito o comportamento, a segurança e economia de combustível dos carros brasileiros. O Maverick passou a ter no modelo 77 a suspensão recalibrada para receber esses pneus.
Manchete 18.2.78 |
Quem teve o privilégio de dirigir um Maverick em bom
estado, sabe que essas informações são fiéis. Já mostramos aqui no blog muitos
dos testes onde não só o carro como um todo passava, mas também em partes, como
fechaduras, portas, cambio...
De fato, o Maverick tem estrutura e resistência para enfrentar
os mais diversos desafios.
Diário do Paraná 17.3.78 |
“ As estatísticas indicam que são os seguintes os veículos com maior sucesso, no Brasil, seus primeiros meses de participação no mercado: ”
3 – Maverick 18.353 unidades.
Nós precisamos falar muito disso, pois o Maverick quando incluído
no diálogo de pessoas que não conhecem sua história e mesmo assim querem falar
como se soubessem de tudo, sempre é taxado como um fracasso total e de até
coisas piores.
Veja essa lista:
Quem ficou de fora, e foram muitos carros, venderam menos do que 1.071 unidades por mês. Mas o fracassado é o Maverick né? Ah, faça-me o favor....
Acredito que essa tabela necessita de verificação para confirmar se realmente envolve todos os carros lançados até então ou se abrangeu apenas um período, porém mesmo que sejam apenas entre os lançamentos da mesma geração, também é valido pois as circunstancias de uma época distante não são as mesmas depois de um tempo.
Dos 7 carros, 4 deles eram os modelos de entrada de suas montadoras. Nessa conta eu não incluo a Brasilia e o Passat, por considerar o Fusca como o modelo básico. O Maverick era o carro médio da Ford, com preço superior a qualquer outro da lista e mesmo assim, mas não só por questão do preço, ficou em 3º lugar.
Você sabia disso? Saber isso mudou a sua visão sobre o
Maverick?
Outra coisa que podemos perceber, é que se na Clínica de1975 onde ficou constatado que o lançamento do Corcel II não teria efeito considerável sobre as vendas da Ford, em 1978 estava mais do que claro que o Corcel II poderia levar a Ford praticamente sozinho com seus incríveis números de venda que vinha atingindo.
O que você faria no lugar da Ford? Daria sequência para a tendência do futuro que já caiu no gosto do mercado (Corcel II), ou travaria uma cruzada para mudar a cabeça do consumidor para fazê-lo continuar acostumado e envolvido com o que já tinha (Maverick)?
Quem dá mais lucro vai ter a preferência na maioria das
vezes.
Fiquei muito feliz de encontrar esse jornal, ele confirma o que eu já vinha pensando sobre essa fase de transição Corcel II / Maverick.
A Tribuna 21.3.78 |
Também podemos ver que a onda de acessórios vinha forte e
seria um apelo a mais para vendas.
Diário do Paraná 31.3.78 |
Falamos um pouco disso na pesquisa sobre as Leis que mudaram o Maverick.
Era questão de segurança ter um volante que se deforma em caso de impacto contra o peito do motorista. Todos os modelos do Maverick passaram a ter esse volante.
Embora não tenhamos a data certa dessa mudança, podemos dizer que foi no início de 78. Portanto não são os modelos 78 que possuem esse volante, pois o modelo 78 teve início em setembro de 1977.
O jornal também dá as cores para 1978:
Saber os nomes das cores é muito importante, mais importante ainda é saber seus respectivos códigos de identificação.
O Globo 27.4.78 |
Eu já tinha publicado esse jornal há muito tempo na página do Facebook. De um tempo pra cá, outras fotos desse carro ganharam
destaque na internet com as pessoas acreditando que era um modelo quase que de
linha ou oficial da Ford, um carro especial que deveria ser encontrado e
preservado e tal...
Ora, podemos ver que era um projeto pessoal de um dono de
oficina do RJ. Apenas isso. Embora tenha ficado muito legal e ele ter feito o
corte da carroceria de uma forma bem distinta, esse Maverick era mais um caso
de transformação que as pessoas faziam.
As pessoas criam fantasias por não saberem a real
história ou por querer ocultá-la e influenciar maldosamente as pessoas.
Diário de Pernambuco 7.5.78 |
Diário do Paraná 12.5.78 |
Se não me engano, o Maverick LDO sempre foi mais caro que
o Maverick GT. Considerando todos com o motor 4 cilindros, que era o motor de
série.
O Estado de S. Paulo 20.5.78 |
Na Ford eram 9.800 funcionários em greve! Como que
trabalha desse jeito?
E o Luís Inácio da Silva estava envolvido como o
presidente do sindicato sempre recusando as ofertas de negociação das empresas.
O ABC é um grande polo da indústria nacional. A greve não
fez apenas as montadoras pararem ou diminuírem suas atividades, fez também que
as outras empresas que fornecem materiais para as montadoras também tivessem
complicações em suas produções. Todos eram afetados, mas eram nas montadoras
que a bomba realmente estourava.
Com isso, cada dia que a produção da Ford fica parada, são cerca de 520 Maverick e Corcel II a menos no mercado.
Terrível!
O jornal explica como funciona e qual a importância da ferramentaria dentro de uma fábrica de veículos. Foi nesse setor que as greves começaram...
Pois é... essa escalada foi tão grande que, anos mais tarde, não atrapalhou apenas a segurança, mas a política, saúde, educação...
Manchete 20.5.78 |
Um exemplo envolve justamente a suspensão. Mesmo com as
revistas de época dizendo que o Maverick era estável, tinha comportamento um
tanto quanto previsível e a tendência de sair era dianteira, ficou na cabeça e
conceito geral das pessoas, que o Maverick não tem estabilidade e em qualquer
esquina ele vai rodar de um jeito que você motorista, vai conseguir ver a placa
traseira dele.
É por isso que quando eu publico esse tipo de informação que a Ford passava, as pessoas comentam o que elas acham e aprenderam com os amigos de bar, perpetuando a má fama, as lendas e fantasias sobre o Maverick.
A Bíblia diz em Provérbios 18:13: “Quem responde antes de
ouvir mostra que é tolo e passa vergonha”.
Não passe vergonha nem demostre tolice. Apenas leia e se informe antes de dizer alguma coisa.
Esse desenho da suspensão é muito legal ne? Olha aqui de onde ele saiu:
Acervo Cassio Pagliarini
Ainda tem muita coisa sobre o Maverick pra gente ver e
conhecer J
Diário do Paraná 27.5.78 |
Manchete Esportiva 30.5.78 |
Bom, vai interferir a ordem cronológica, mas vou colocar
tudo junto aqui:
Manchete 10.6.78 |
Podemos dizer que é a mesma foto, só que com poses
diferentes rsrsr
Manchete Esportiva 27.6.78 |
Eles saíram do Rio de Janeiro com destino a Buenos Aires.
Deve ter sido uma viagem muito legal.
Manchete 8.7.78 |
O Maverick fez a viagem sem incômodos.
Procurando mais sobre isso, encontrei este blog com mais detalhes e fotos. A Ford fez uma permuta com a revista. Ela garantiria veículos
para a logística da equipe e em troca deveriam falar sobre o Maverick.
Excelente negócio!
Diário do Paraná 23.6.78 |
Diário do Paraná 2.7.78 |
Mais aumento de preço...
Diário do Paraná 14.7.78 |
Manchete 16.7.78 |
O Estado de S. Paulo 16.7.78 |
A explicação para isso?
As pessoas que não compraram carro antes com medo das restrições por causa da crise do petróleo ficaram com o dinheiro parado e agora que o governo não falou mais em conter o crescimento, as pessoas foram comprar os carros, que atualmente é o melhor investimento, superando a poupança e o mercado imobiliário. Além do mais, os carros ficaram mais econômicos e isso atraiu as pessoas a comprar.
Sobre a Ford, é dito que o Corcel II contribuiu com 36,10% do superávit da empresa no ano, porque ganhou o mercado do Maverick, que caiu 40% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 1977.
Pois é, embora no início de 1969 nos EUA ainda houvessem
dúvidas, o Maverick foi estrategicamente lançado para não “roubar” compradores
do Mustang, assim como foi também o lançamento do Pinto, para não entrar em
choque com os seus irmãos.
No Brasil sempre ficou muito claro a posição do Corcel e do Maverick, mas o Corcel II evoluiu de uma forma que já se confundia com o Maverick. Vemos os números de vendas e o que o jornal diz e comprovamos que realmente o Corcel II se intrometeu nos negócios do Maverick.
Com o que vimos sobre a Clínica de 1975, podemos dizer que não era a intenção da Ford trocar o Maverick pelo Corcel II. Quem empurrou o Corcel II para o espaço do Maverick, foi justamente o mercado.
A Ford era a 3º maior montadora no Brasil.
Diário do Paraná 28.7.78 |
16.8.78 O Globo |
O Corcel II atingiu mesmo as 100.00 unidades produzidas
exatamente 10 meses após ter sido lançado.
Joseph O’Neill diz que a Ford tem interesse na produção de um carro pequeno, mas nada está aprovado ainda.
Jornal de Caxias 19.8.78 |
21.8.78 Correio Braziliense |
Realmente fantástico, mas quero chamar atenção para o
quadro abaixo, que mostra a força com que Joseph O’Neill chegou na Ford e
colocando a casa em ordem e, também fala sobre o que o consumidor procura num
carro.
O jornal diz assim: “... o consumidor brasileiro tem um
comportamento próprio. Se ele não analisa bem os detalhes mecânicos ou compara
preços, opcionais e os elementos integrantes do custo do veículo, ele sabe o
que quer: um veículo bonito, resistente e econômico. ”
O grande trunfo do Corcel II era ser novo e moderno,
tinha linhas atuais e que já eram aguardadas ansiosamente pelos consumidores. O
restante não importa, é bonito, gasta pouco, então eu quero. Esse era mais ou
menos o pensamento.
O Jornal 21.9.78 |
Diário do Paraná 22.9.78 |
Sobre os Maverick que foram para a Guatemala, nós falamos aqui. Dá uma olhada depois.
O Estado de S. Paulo 24.9.78 |
Jornal importante!
Da forma que o jornal diz, é como se o Maverick fosse
deixar de ser fabricado já em 1978.
Vemos também a tendência da Ford de ter uma renovação de
estilo em sua linha. Primeiro o Corcel II que chegou com linhas retas e faróis
quadrados e agora o Granada que segue o mesmo exemplo. O Maverick não se
encaixa nisso e eu não quero nunca ver o Maverick com faróis quadrados e todas
as coisas que fizeram nos carros dos anos 80.
Outra coisa, chamar de “novo Maverick” não significa que esse modelo que vemos é de fato um Maverick novo. Isso é obvio né, mas é preciso destacar pois muita gente diz que a pick up Maverick (2021) é o Maverick (1969) moderno em versão caminhonete. NÃO! O novo Maverick mostrado aqui significa que é o carro para o mesmo segmento do Maverick e a Pick Up é apenas uma caminhonete com o mesmo nome. Somente isso.
O Estado de S. Paulo 24.9.78 |
Linha Ford 1979 anunciada com o Maverick. Então, não vão parar da fabricação em 1978 como a matéria anterior sugeriu.
Novidades! Ignição transistorizada (ignição eletrônica), embreagem eletromagnética (da hélice do motor), buscando maior economia de combustível que chega a 3,2%.Diário da Tarde 13.10.78 |
Serão 11 cores, assim como foi para 78.
A ignição eletrônica foi a melhor coisa que aconteceu. O platinado e condensador são totalmente imprevisíveis e podem falhar a qualquer momento. Ela estava disponível para o motor de 4 e de 8 cilindros.
A embreagem do hélice do motor estava disponível apenas
para o motor 4 cilindros e era opcional. Um item muito raro hoje em dia.
Correio Brasiliense 16.10.78 |
Aqui dá pra ler melhor que o Super ou Super Luxo poderiam
ter o interior nas cores Preta e Palha. Não está escrito, mas a gente sabe que
o GT tinha o interior Preto e o LDO Marrom.
A transmissão automática está disponível para o V8 desde
1973 e para o 4 cilindros desde 1976, não era uma novidade, mas um grande
atrativo.
A Ficha Técnica é muito bem-vinda.
24.10.78 Jornal do Brasil |
Ah não... Joseph W. O’Neill será promovido ao cargo de diretor executivo da Ford de Detroit para as operações de planejamento para a América Latina, mas deverá continuar no Brasil auxiliando o novo presidente da Ford no país, o Robert Graham.
O jornal diz que a Ford teve prejuízos em 1976 e 1977, mas com previsão
de lucro em 1978.
Gosto bastante do O’Neill, talvez um dia eu faça uma pesquisa só sobre
ele, mas por enquanto, vamos focar nessa promoção que ele recebeu. Ele prefere
não comentá-la, mas sabe-se que foi decidida na sede da Ford há pouco mais de
um mês. Essa promoção está diretamente ligada à saída do Lee Iacocca da
presidência da matriz da Ford, pois abriu muitos cargos que agora estão sendo
preenchidos.
Os dirigentes da Ford brasileira fazem questão de salientar que a
promoção do O’Neill é por merecimento.
O’Neill ainda disse que está em seus planos o lançamento do novo Maverick, possivelmente dentro de 1 ano e meio a 2 anos, com um novo estilo em carroceria, para atender aos interesses dos consumidores.
Esse assunto é importante para nós.
Não me empolgou nenhum pouco a saída do O’Neill, não é nada contra o novo presidente, mas eu queria que ele tivesse continuado aqui.
Já estou fazendo uma pesquisa paralela sobre esse novo Maverick citado
acima.
Diário de Pernambuco 26.10.78 |
O Estado de S. Paulo 27.10.78 |
Um novo carro para o Brasil. Menor que o Corcel II.
Novo presidente da Ford no Brasil: Robert Graham.
Lançamento do Corcel II com motor 6 cilindros??? Escreveram errado.
Nosso querido Joseph O’Neill revelou que a Ford está preocupada em produzir um “carro universal”, que possa ser fabricado simultaneamente em suas várias subsidiárias, algo como o Fiesta, que era montado na Alemanha e na Espanha.
Devemos lembrar que até aquele momento, vários carros da
Ford foram fabricados em mais de um país. O Maverick, por exemplo, foi feito em
5 deles. O conceito de “carro universal” estava passando por atualizações a
amadurecimento, mas sem dúvidas, era a melhor forma de produzir com custo
menor.
O’Neill disse que durante o seu comando, a Ford se fundiu com a Willys, recuperou a linha Corcel e a elevação do nível de vendas de 250 milhões há 8 anos, para 1 bilhão em 1977.
Poxa O’Neill, e a fábrica de motores? As exportações de motores? Os tratores? O Maverick?...
O jornal continua dizendo que sobre o Maverick ele falou: “As mulheres não aprovaram o Maverick e isso foi decisivo sobre a decisão de compra dos consumidores de sexo masculino. Elas acharam que o carro era grande demais internamente, banco baixo, coisas assim”.
Não, não, não, não, não! Isso vai contra tudo o que
lemos até aqui. Eu sei que houve pesquisas e que a Ford tinha informações que
não saíam em jornais e revistas, mas é complicado aceitar que a atitude das
mulheres tenha influenciado o Maverick dessa maneira. As vendas do Maverick se
mantiveram no mesmo ritmo de 73 à 76. Aí que as mulheres não deixaram mais os
maridos comprarem? Não faz sentido. As mulheres não têm culpa, mas eu entendo
que ele deve ter contado essa história para não precisar entrar em mais
detalhes. Ele não é mais o presidente né... e o novo é que não vai falar sobre
o Maverick.
Jornal do Brasil 29.10.78 |
As greves e reuniões com o sindicato só aumentavam
e passavam a ser comuns...
Jornal do Brasil 29.10.78 |
Aqui o jornal dá um pequeno detalhe à mais, que faz
toda a diferença.
O’Neill diz que a culpa das vendas do Maverick
terem caído é das mulheres e que por isso a Ford introduzirá alterações que
tornarão o Maverick popular também entre o público feminino.
Agora a parte mais importante: “Essa minha
afirmação é resultado de uma pesquisa intensa. ”
Puxa vida... que baque ouvir isso. Realmente ele tinha embasamento para falar isso... Continuo sem entender e sem concordar com isso, massss....
O jornal segue com uma entrevista muito boa. A pergunta que mais acho importante é: O sr gostou dessa promoção?
“Não, não gostei. Acho que é emocional a minha
reação, pois conheço 10 homens da Ford (americana), mas em São Paulo conheço 2
mil. E há problema de família”.
O O’Neill era um cara que palavra e atitude. Ele tinha acabado de ser promovido com o maior merecimento que poderia receber, para um cargo bem alto dentro da Ford, mas ele não gostou e aparentemente não quer sair do Brasil.
Arrogância? Independência? Amor pela vida que
construiu por aqui no Brasil?
Vejamos se aparecem mais detalhes sobre isso.
Jornal do Comercio1.11.78 |
Correio Riograndense15.11.78 |
4.11.78 Jornal do Brasil |
Será que o O’Neill deixaria a Ford rumo à Chrysler
do Brasil chamado pelo Lee Iacocca, novo presidente da Chrysler americana?
Bom, depois dessa notícia, não encontrei mais nada
que falasse do paradeiro do Joseph W. O’Neill. Fiquei intrigado, onde ele foi
parar?
Então fui perguntar diretamente para a Zaira
O’Neill, brasileira, casada com o Joseph até quando ele faleceu em 2002. Ela
contou que ele se demitiu da Ford pois queria continuar no Brasil. Ele abriu
uma empresa de consultoria e prestou serviço para vários clientes que incluíam
a Chrysler, por exemplo. Os O’Neill só foram embora do Brasil em 1993, pois
seus dois filhos moravam nos EUA e a saudade era grande demais. Ela continua
dizendo que caso contrário, nunca teriam saído do Brasil, pois o Joe amava o
país muito mais do que muitos brasileiros.
Chorei demais lendo as mensagens da Zaira... É
muito bonito ver o carinho com que ela fala do O’Neill.
Mostrei o jornal onde ele diz exatamente isso, que
não queria deixar o Brasil por causa da família e amigos e ela gostou de saber
desse registro.
Poxa vida, o O’Neill subiu muito no meu conceito
após isso. Naquela entrevista, ele falou o que realmente sentia, ele sabia que
ir contra àquela promoção, traria uma mudança enorme em sua vida, mas ele
preferiu seguir a sua vontade, a sua família seus amigos e a sua convicção. Que
Homem!
Com certeza, foram essas atitudes firmes e sinceras
que ele utilizou à frente da Ford do Brasil durante os 8 anos que permaneceu lá
dirigindo projetos que fizeram a Ford crescer muito naquele período.
Emocionante, um grande exemplo para todos nós.
Zaira, mais uma vez muito obrigado pela atenção e
carinho que você tem por mim. Te admiro demais porque sei dos valores que você
carrega e posso imaginar que não foi fácil ser a Grande Mulher apoiando e sendo
a base do Grande Homem que o O’Neill foi. Meus parabéns!
Veja 15.11.78 |
O porta voz da General Motors admitiu que tudo leva a
crer que os carros, agora, vão se parecer muito uns com os outros. Diz também
que o fator economia é que vai orientar o design do futuro.
É por esse motivo que o Fusca vende tanto e carros como o Opala e o Maverick não apresentam sinais de recuperação – com queda acumulada de vendas, desde 1976 equivalente a 20,9%.
Mais uma vez: ERA O MERCADO. Carros que não se enquadravam no que o Mercado queria, não vendiam como antes. Simples assim.
Agora para o caso do Maverick, pense assim também: Jornais começam a dizer que pode sair de linha, que tem um novo Maverick que pode aparecer... Você compraria o Maverick atual? Se comprar, vai se arrepender se sair de linha; se não comprar, vai ficar à pé... melhor opção? Comprar outro carro, um Corcel II que é o atual lançamento da Ford.
Aqui podemos perceber que o Maverick tinha acabado de
passar do ponto sem volta. Não houve reação durante 1977 quando a crise do
petróleo chegou, durante 1978 o mercado mudou de vez e o Maverick deixou de ser
uma opção para o consumidor, que buscava o carro mais econômico (em
combustível) possível. Além do mais, o Maverick não atualizou suas linhas e
tinha a mesma aparência de quando apareceu ao mundo em 1969.
Diário de Pernambuco 16.11.78 |
A Linha Ford 79.
Uma gama de carros que deixaram saudades...
Correio Brasiliense 4.12.78 |
Correio do Sul 5.12.78 |
Vemos o crescimento da Ford na última década, fatos importantes
que o Joseph O’Neill não citou quando teve oportunidade.
O Maverick contribuiu bastante nessa fase, mas com os
resultados recordes do Corcel II, qualquer coisa para trás disso já não teria
destaque.
Manchete 23.12.78 |
Os pontos de destaque que a Ford enfatiza nas propagandas
do Maverick continuam iguais desde o seu lançamento. Ela não começou a dar mais
destaque para economia como passou a ser comum entre as propagandas dos
veículos.
O Maverick mostrava sua qualidade como um todo: sua estrutura, mecânica e interior. Ficava claro que se fosse pra cair, o Maverick ia cair atirando.
Dá uma tristeza ver esses pontos fortíssimos do Maverick não tendo efeito sobre os consumidores... É como ver os programas da TV Cultura perdendo audiência para programas de reality show de outros canais...
Não podemos esquecer que MAVERICK significa ser independente, livre, destemido, etc. Essa atitude de não se curvar frente as mudanças (absurdas) do Mercado, era muito MAVERICK.
Os anos 80 vinham com tudo pra cima dos modelos dos anos
60 e 70.
Diário do Paraná 30.12.78 |
Em maio, o Maverick GT custava 129.215,00 e agora em dezembro subiu para 166.966,00.
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