quinta-feira, 20 de setembro de 2018

1970 - Maverick com Mão Inglesa

Há um tempo, publicamos aqui uma pesquisa sobre a venda de Maverick no Reino Unido e agora voltamos com mais detalhes do carro.




Bom, durante minhas pesquisas, encontrei a revista AUTOCAR de 26 de março de 1970 trazendo um teste com o Maverick. Percebi na hora o valor que essa revista tem e já comecei a pensar em um jeito de ter ela pra mim. Bom, ela estava à venda no Ebay de Londres e acabou sendo menos complicado do que eu imaginava. Minha amiga Larissa tem uma irmã, Laís, que mora em Londres, então pedi o favor que ela comprasse a revista e eu pagaria. Muito gentil, a Laís comprou a revista e a trouxe quando veio visitar sua família no Brasil e hoje nós estamos aqui pra ver o que a revista guarda de tão especial. Muito obrigado mais uma vez Larissa e Laís, vocês me deixaram muuuito feliz!

Vamos lá:




Como de costume, não vou traduzir todo o texto.

O Maverick testado tinha o motor 6 cilindros de 200 polegadas cúbicas.
Logo no início, lemos que a impressão do carro foi que o motor tem um bom desempenho, apesar de ser preguiçoso (?), bancos ruins e direção justa. Bastante econômico, porém muito caro naquele país.

Podemos perceber que a analise seria baseada no contexto do Reino Unido, comparando com carro, costumes, gostos e preços de lá. Isso é mesmo o que queríamos.

Na lista apresentada, vemos que o fabricante era a Ford dos EUA, ou seja, era realmente um carro importado no Reino Unido.
Vemos também a concessionária responsável pelas vendas. Amesma do anuncio que vimos anteriormente 

Começando o texto, vemos o reconhecimento do sucesso de vendas do Maverick nos EUA e, assim como eu tinha pensado, a revista também vê sentido que a Ford tenha levado o carro para a Europa e concorrer ali diretamente com os europeus.
O problema é que no Reino Unido, o preço original do Maverick era de 833 libras, mas com os impostos e a transformação da mão inglesa que sozinha custava 500 libras (mais da metade do valor do carro) faz o preço final chegar a quase 2.500 libras, o que faz o carro compacto ter o preço de carros de luxo como Jaguar, BMW e Mercedes.
O que o Maverick oferecia por esse valor, não era, segundo a revista, o que os europeus esperavam de um carro americano, que deveria ter um motor mais potente, um cambio automático, além de ser um carro grande.
A revista conta que há vários opcionais disponíveis, mas que aí o valor do carro muda. E quando os europeus dizem que esperam que um carro americano seja grande, o Maverick atende suas expectativas.

Muito curioso... Ao produzir o Maverick, a Ford tinha em mente a idéia de um carro pequeno, de fácil manutenção, simples e barato para o mercado americano. O que percebo, é que a Ford não levou em consideração o que o mercado europeu esperava receber de um carro americano. E vejam só, para os europeus, o Maverick era um carro grande, similar ao que aconteceu no Brasil.
Nem a Ford mostrou que levou em consideração o gosto do europeu, assim como o europeu não entendeu a proposta da Ford para o seu mercado. Isso com certeza não é bom para os negócios.

Então temos as fotos.
A respeito da foto superior, a revista diz que o estilo era suave, mas que reduzia a visibilidade traseira e tinha coeficiente de arrasto decepcionante.
Na foto do meio, vemos o volante do lado direto, assim como também o controle da ventilação e faróis. A alavanca do cambio automático continua virada para a direta.
É incomum para nós vermos essa configuração de direção, mas como a posição da alavanca do cambio não mudou, talvez a maior dificuldade nesse caso para alguém que nunca dirigiu um carro com mão inglesa, seja menor. Não sei dizer se pra que já está acostumado seria bom.
A última foto mostra a lanterna lateral traseira, comum nos carros americanos.

Vejam só como é complicado levar um carro de um país a outro. Lembre-se que foram muitas as modificações para deixar o Maverick prontopara o Brasil.
Aqui no caso, a revista diz que o cambio automático funciona muito bem e o motor dá partida de primeira mesmo com tempo frio e pode ser dirigido normalmente no frio sem sinais de temperamento.
A comparação é com o Ford Corsair fabricado entre 1963 e 1970 e o Maverick demostrou ter mais torque.
Eles fizeram alguns testes com a relação de marchas.



A foto de cima traz o destaque para o tamanho do Maverick que só não é mais largo que o Corsair e diz que o longo capo tira espaço para os passageiros, mas que é necessário para receber o grande motor de 6 cilindros.
Destaque para frente do Maverick. Os faróis são exclusivos dos importados para atender as regras de iluminação. Podemos notar que a seta é branca e bem pra frente, logo abaixo do parachoque.
A última foto fala que não há muito espaço para adultos no banco traseiro. Vemos que o banco “deita” na diagonal para dentro. Percebemos também que a soleira da porta é diferente da utilizado no modelo brasileiro.
Esse Maverick tinha retrovisor externo dos dois lados.




Vimos aí o resultado dos testes e a ficha do Maverick utilizado.
É a primeira vez que vejo um teste feito por ingleses e a precisão e detalhes que eles dão são impressionantes. Não podemos nos esquecer de que as unidades de medidas são diferentes da que estamos acostumados.
Muito legal esse desenho dele dentro da garagem. O Maverick ficava apertado dentro de uma garagem padrão.



Os testes de direção foram bons, assim como também os freios causaram boa impressão.
Sobre o conforto, o Maverick desagradou na posição de dirigir com relação ao banco e a altura do pedal de freio. Visibilidade traseira limitada.


As fotos:
O grande motor que ocupa bem o espaço, permitindo a instalação de acessórios (opcionais).
O bagageiro é pequeno para os padrões americanos e o assoalho tem piso irregular.

No final, a conclusão que a revista chega é que os carros americanos nunca serão vendidos em grande escala na Europa a menos que os americanos façam para os europeus o mesmo que eles têm feito – convencer que toda sua abordagem ao design de carros é melhor. Até lá, o Maverick continuará simples, resistente, preguiçoso (?), vendido para algumas pessoas com um alto preço pelo que ele é.

É isso! Fiquei muito contente de ter conseguido a revista e vou guarda-la muito bem. Ter mais evidências do Maverick na Europa é muito bom, ainda mais conhecendo o carro por dentro e por fora, como vimos aqui.
Acho que tudo o que foi falado na revista, o que me chama mais atenção é que o Maverick foi avaliado de acordo com a expectativa do Europeu e não como ele realmente é. Em vários pontos a revista diz que carro americano tem que ser assim e o Maverick é assado... Porém, isso é válido, é o ponto de vista do avaliador.

Clique aqui para ver o álbum da nossa página do Facebook com as fotos dos Maverick pelo Mundo:


Lista e quantidade de carros encontrados até o momento

Finlândia - 5 
Austrália - 2 
Alemanha - 2 
Polônia - 3 
Japão - 2 
França - 2 
Reino Unido - 1 
Vietnã - 1 
Cuba - 1 
Irã - 1 
Indonésia - 1 
Irlanda - 1 
Áustria - 1 
Costa Rica - 1 
Equador - 1 
Noruega - 1


Destaque para esse vídeo do Maverick com mão inglesa na Indonésia





Eu me pergunto se cada país tinha um revendedor Ford ou se havia apenas um revendedor em Londres para a Europa toda... Bom, não temos a origem de todos esses Maverick espalhados pelo mundo, mas é sempre bom pensar grande.

Olha que interessante: O Maverick foi fabricado nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, México e Brasil. Hoje temos conhecimento que ele está espalhado por mais de 16 países, sem contar com vários dos países da América Latina que não entraram para essa lista, mas onde também tem Maverick rodando.
Será que isso pode ser chamado de Sucesso? Um dia vou escrever o que eu penso sobre um “Carro de Sucesso”. Por hoje é só. Obrigado pela paciência e leitura. Ford Abraço!

Você tem revistas ou algum material de época sobre o Maverick? Entre em contato! Nós podemos publicar e os créditos serão seus.




MAVERICK NA HISTÓRIA
A História do Maverick contada como você nunca viu! 

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