Bom, durante minhas pesquisas, encontrei a revista AUTOCAR
de 26 de março de 1970 trazendo um teste com o Maverick. Percebi na hora o
valor que essa revista tem e já comecei a pensar em um jeito de ter ela pra
mim. Bom, ela estava à venda no Ebay de Londres e acabou sendo menos complicado
do que eu imaginava. Minha amiga Larissa tem uma irmã, Laís, que mora em Londres,
então pedi o favor que ela comprasse a revista e eu pagaria. Muito gentil, a
Laís comprou a revista e a trouxe quando veio visitar sua família no Brasil e
hoje nós estamos aqui pra ver o que a revista guarda de tão especial. Muito
obrigado mais uma vez Larissa e Laís, vocês me deixaram muuuito feliz!
Como de costume, não vou traduzir todo o texto.
O Maverick testado tinha o motor 6 cilindros de 200
polegadas cúbicas.
Logo no início, lemos que a impressão do carro foi que o
motor tem um bom desempenho, apesar de ser preguiçoso (?), bancos ruins e
direção justa. Bastante econômico, porém muito caro naquele país.
Podemos perceber que a analise seria baseada no contexto do
Reino Unido, comparando com carro, costumes, gostos e preços de lá. Isso é
mesmo o que queríamos.
Na lista apresentada, vemos que o fabricante era a Ford dos
EUA, ou seja, era realmente um carro importado no Reino Unido.
Vemos também a concessionária responsável pelas vendas. Amesma do anuncio que vimos anteriormente
Começando o texto, vemos o reconhecimento do sucesso de
vendas do Maverick nos EUA e, assim como eu tinha pensado, a revista também vê
sentido que a Ford tenha levado o carro para a Europa e concorrer ali
diretamente com os europeus.
O problema é que no Reino Unido, o preço original do
Maverick era de 833 libras, mas com os impostos e a transformação da mão
inglesa que sozinha custava 500 libras (mais da metade do valor do carro) faz o
preço final chegar a quase 2.500 libras, o que faz o carro compacto ter o preço
de carros de luxo como Jaguar, BMW e Mercedes.
O que o Maverick oferecia por esse valor, não era, segundo a
revista, o que os europeus esperavam de um carro americano, que deveria ter um
motor mais potente, um cambio automático, além de ser um carro grande.
A revista conta que há vários opcionais disponíveis, mas que
aí o valor do carro muda. E quando os europeus dizem que esperam que um carro
americano seja grande, o Maverick atende suas expectativas.
Muito curioso... Ao produzir o Maverick, a Ford tinha em
mente a idéia de um carro pequeno, de fácil manutenção, simples e barato para o
mercado americano. O que percebo, é que a Ford não levou em consideração o que
o mercado europeu esperava receber de um carro americano. E vejam só, para os
europeus, o Maverick era um carro grande, similar ao que aconteceu no Brasil.
Nem a Ford mostrou que levou em consideração o gosto do
europeu, assim como o europeu não entendeu a proposta da Ford para o seu
mercado. Isso com certeza não é bom para os negócios.
Então temos as fotos.
A respeito da foto superior, a revista diz que o estilo era
suave, mas que reduzia a visibilidade traseira e tinha coeficiente de arrasto
decepcionante.
Na foto do meio, vemos o volante do lado direto, assim como
também o controle da ventilação e faróis. A alavanca do cambio automático
continua virada para a direta.
É incomum para nós vermos essa configuração de direção, mas
como a posição da alavanca do cambio não mudou, talvez a maior dificuldade
nesse caso para alguém que nunca dirigiu um carro com mão inglesa, seja menor.
Não sei dizer se pra que já está acostumado seria bom.
A última foto mostra a lanterna lateral traseira, comum nos
carros americanos.
Vejam só como é complicado levar um carro de um país a
outro. Lembre-se que foram muitas as modificações para deixar o Maverick prontopara o Brasil.
Aqui no caso, a revista diz que o cambio automático funciona
muito bem e o motor dá partida de primeira mesmo com tempo frio e pode ser
dirigido normalmente no frio sem sinais de temperamento.
A comparação é com o Ford Corsair fabricado entre 1963 e
1970 e o Maverick demostrou ter mais torque.
Eles fizeram alguns testes com a relação de marchas.
A foto de cima traz o destaque para o tamanho do Maverick
que só não é mais largo que o Corsair e diz que o longo capo tira espaço para
os passageiros, mas que é necessário para receber o grande motor de 6
cilindros.
Destaque para frente do Maverick. Os faróis são exclusivos
dos importados para atender as regras de iluminação. Podemos notar que a seta é
branca e bem pra frente, logo abaixo do parachoque.
A última foto fala que não há muito espaço para adultos no
banco traseiro. Vemos que o banco “deita” na diagonal para dentro. Percebemos
também que a soleira da porta é diferente da utilizado no modelo brasileiro.
Esse Maverick tinha retrovisor externo dos dois lados.
Vimos aí o resultado dos testes e a ficha do Maverick
utilizado.
É a primeira vez que vejo um teste feito por ingleses e a
precisão e detalhes que eles dão são impressionantes. Não podemos nos esquecer
de que as unidades de medidas são diferentes da que estamos acostumados.
Muito legal esse desenho dele dentro da garagem. O Maverick
ficava apertado dentro de uma garagem padrão.
Os testes de direção foram bons, assim como também os freios
causaram boa impressão.
Sobre o conforto, o Maverick desagradou na posição de
dirigir com relação ao banco e a altura do pedal de freio. Visibilidade
traseira limitada.
As fotos:
O grande motor que ocupa bem o espaço, permitindo a
instalação de acessórios (opcionais).
O bagageiro é pequeno para os padrões americanos e o
assoalho tem piso irregular.
No final, a conclusão que a revista chega é que os carros
americanos nunca serão vendidos em grande escala na Europa a menos que os
americanos façam para os europeus o mesmo que eles têm feito – convencer que
toda sua abordagem ao design de carros é melhor. Até lá, o Maverick continuará
simples, resistente, preguiçoso (?), vendido para algumas pessoas com um alto
preço pelo que ele é.
É isso! Fiquei muito contente de ter conseguido a revista e
vou guarda-la muito bem. Ter mais evidências do Maverick na Europa é muito bom,
ainda mais conhecendo o carro por dentro e por fora, como vimos aqui.
Acho que tudo o que foi falado na revista, o que me chama
mais atenção é que o Maverick foi avaliado de acordo com a expectativa do Europeu e não como ele realmente é. Em vários
pontos a revista diz que carro americano tem que ser assim e o Maverick é
assado... Porém, isso é válido, é o ponto de vista do avaliador.
Clique aqui para ver o álbum da nossa página do Facebook com as fotos
dos Maverick pelo Mundo:
Irlanda - 1
Áustria - 1
Costa Rica - 1
Equador - 1
Noruega - 1
Destaque para esse vídeo do Maverick com mão inglesa na
Indonésia
Eu me pergunto se cada país tinha um revendedor Ford ou se
havia apenas um revendedor em Londres para a Europa toda... Bom, não temos a
origem de todos esses Maverick espalhados pelo mundo, mas é sempre bom pensar
grande.
Olha que interessante: O Maverick foi fabricado nos Estados
Unidos, Canadá, Venezuela, México e Brasil. Hoje temos conhecimento que
ele está espalhado por mais de 16 países, sem contar com vários
dos países da América Latina que não entraram para essa lista, mas onde também
tem Maverick rodando.
Será que isso pode ser chamado de Sucesso? Um dia vou
escrever o que eu penso sobre um “Carro de Sucesso”. Por hoje é só. Obrigado
pela paciência e leitura. Ford Abraço!
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