Estamos aqui para mostrar que 1975 talvez tenha sido o ano
onde mais mudanças tenham acontecido no Maverick.
Essa é a 2ª pesquisa da série sobre as mudanças de 1975 e dá
continuidade ao Boletim de Distribuição Nº104.
É prudente que antes de começar, façamos uma revisão do
contexto da época.
1974 foi encoberto pela crise do petróleo, que pouco a pouco
foi chegando ao Brasil e atingindo todo o setor automobilístico. Terminou sendo
o ano em que o Maverick mais foi vendido. As vendas até poderiam ser melhores,
mas vinham crescendo e isso era muito bom.
A Ford acabava de fazer o Teste de Economia por todo o país,
mostrando que seu Maverick com motor 6 cilindros poderia ser econômico, se
dirigido adequadamente.
Em 1975, os carros grandes e com motores grandes, vinham
perdendo a preferência dos compradores, justamente por causa do aumento dospreços dos combustíveis.
Os preços dos carros tiveram mais um aumento e o Maverick
vendia menos a cada mês.
Para reagir a esse quadro desfavorável, a Ford já havia
definido a inclusão do motor 4 cilindros na linha e preparou uma campanha paraatrair mais vendas. Oferecia Ar Condicionado e Direção Hidráulica a um preço
bem abaixo do praticado.
Estava ótimo, o carro ficaria mais econômico (ponto
principal) e teria conforto por pouco dinheiro a mais.
É agora que as mudanças realmente acontecem.
Por não ter
alterado muita coisa de 1974 para 1975, a Ford usou o slogan “Não se mexe emtime que está ganhando”, mas 7 meses depois, o jogo estava virando e o time
precisava de reforços.
A revista Quatro Rodas teve acesso ao que chamou de Segredo
da Ford. Vamos analisar:
Quatro Rodas 4.75 |
Eu já olhei essa revista infinitas vezes, mas somente depois
que eu realmente vi, li e entendi, percebi que a informação era muito mais
importante do que parecia. É claro que isso tornou-se mais fácil depois que eu
já tinha feito outras pesquisas e construído o contexto na minha cabeça.
Vocês que já tinha lido essa revista, lembram do que se
trata?
Vamos ver os detalhes:
O título: Maverick LDO sai em 1975 com maior luxo.
Os desenhos: Calotas diferentes, teto de vinil diferente,
frisos e detalhes diferentes...
Era a visão do que estava por vir na linha Maverick.
Ok, já percebemos.
Também sabemos que só entraram em vigor na linha 77.
Certo, mas vamos parar com esse raciocínio. Foi assim que eu
“ignorei” o conteúdo dessa revista por tanto tempo. Eu achava que por não ter se
concretizado, esse assunto tinha perdido a credibilidade e ficado ultrapassado.
GRANDE ENGANO!
Voltando ao texto:
“Novo motor de 4 cilindros, interior redesenhado, friso
preto nas laterais e TETO DE VINIL COM QUATRO CORES A
ESCOLHER: essas são as novidades preparadas pela Ford para lançar em
setembro próximo, o Maverick LDO.”
Atenção para esse ponto: 4 cores de teto de vinil!
A matéria continua dizendo que essas mudanças fazem parte de
um programa da Ford para tentar restabelecer a imagem do carro. – O que está
totalmente coerente com o contexto da época.
É apresentado mais detalhes do motor 4 cilindros.
"As linhas permaneceriam as mesmas. O friso lateral que já
existia (?) estampado nas laterais, agora seria pintado de preto e outro na
traseira prateado e largo, contornado por uma linha preta e tendo no centro a
tampa do tanque de gasolina."
“O teto de vinil será apresentado em quatro cores
diferentes: VERDE, MARROM, BEGE E PRETO.”
Aí estão as cores que a Ford estava experimentando no
Maverick. Isso não pode passar despercebido...
“A fábrica ainda não decidiu, porém, qual das duas opções
atualmente em estudos vai prevalecer. A primeira é o vinil cobrindo apenas a
parte superior da capota, como mostramos no modelo de duas portas. A outra, que
aparece no modelo de quatro portas, é o vinil cobrindo também as colunas
laterais, tanto as dianteiras como as traseiras, até as extremidades do
parabrisa. ”
A revista fala ainda do interior marrom do LDO e da
concorrência do Maverick.
Interessante!
Não temos a informação de onde esses carros foram vistos, se
esse segredo vazou... nada do tipo, mas podemos confiar que o experimento
estava em andamento.
Na parte do teto de vinil, temos aí 4 cores, 2 a mais do que
já existia na linha. Também é mostrado um novo desenho para o teto de vinil,
igual ao modelo americano.
Ok, o que podemos
tirar de proveito disso visto que não se concretizaram como a revista disse?
Muito bem, da forma que está escrito e desenhado (o desenho da
calota é o ponto chave, nas próximas postagens todos entenderão melhor) eu só
consigo acreditar que haviam carros montados dessa forma, talvez como uma
Clínica interna da Ford. Assim, os desenhos da revista foram baseados em
coisas concretas e não saíram da imaginação ou descrição de alguém. É possível
que pelo menos um carro com cada cor de teto de vinil, por exemplo, tenha sido
montado para ver como ficaria. O Departamento de Estilo da Ford estava sempre
em busca de melhorias.
Consegue imaginar as possibilidades?
A revista é de abril. Como é mensal, ela provavelmente saiu
no início do mês. Então os acontecimentos que ela conta foram anteriores ao mês
da revista, talvez de março. Mas seria o mês em que o segredo teria sido
descoberto, provavelmente a Ford já vinha trabalhando nisso há mais tempo.
Não quero deixar o assunto mais “confuso” do que já é. O que
temos de concreto é que a Ford estava se mexendo para tornar o Maverick melhor
e mais atraente. Várias coisas aconteceram naquele período de produção.
Hoje, em 2019, sabemos que o modelo LDO só saiu em 1977,
então do que serviu esses experimentos de aparência? Entraram na linha de
produção? Foram apenas perda de tempo? Aconteceram de verdade?
Muito bem, essa foi apenas a 2ª parte da série. Nas pesquisas seguintes
teremos mais informações até completar o ano de 1975, muito importante para o
desenvolvimento do Maverick no Brasil.
Continua....
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